O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, disse neste sexta-feira que o Laboratório de Virologia do país já realizou um total de 791 testes, considerando ser um “número grande”, para 88 casos confirmados até agora.
“No total, o Laboratório de Virologia [do Instituto Nacional de Saúde Pública] já realizou 791 testes. É um número relativamente grande, tendo em conta inclusivamente o número de casos confirmados que nós temos”, avançou o ministro.
Durante a conferência de imprensa, na cidade da Praia, para fazer o ponto de situação diário do novo coronavírus no país, Arlindo do Rosário referiu que os testes estão a ser feitos não só para casos suspeitos, mas também para todos os contactos, “para apanhar maior número de pessoas com eventuais sintomas”.
“Estamos a alargar o leque de pessoas a serem abrangidas por testes”, prosseguiu o governante, informando que, além dos testes PCR (sigla para reação em cadeia da polimerase, que é o teste mais complexo à covid-19), as autoridades vão avançar para os testes rápidos.
“(…) O teste rápido não é de diagnóstico, mas irá permitir termos uma ideia em termos epidemiológicos da circulação do vírus numa determinada comunidade, daí que estará dirigida aos grupos vulneráveis, por forma a fazermos uma triagem da situação”, sustentou.
Na mesma conferência de imprensa, o diretor nacional de Saúde, Artur Correia, reafirmou que a taxa de contágio em Cabo Verde é “baixíssima”, quando comparado com outros países, pelo que deverá ser necessário cerca de 80 mil testes no país.
De manhã, numa declaração ao país sobre as medidas de prevenção sanitária e de proteção civil pós-estado de emergência, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou que o país vai ter cerca de 50 mil testes disponíveis nas próximas semanas para alargar a testagem do despiste do novo coronavírus.
O chefe do Governo não disse onde os testes serão adquiridos, mas o diretor nacional de Saúde referiu que o seu alargamento deve obedecer aos limites de disponibilidade no país, para ultrapassar o âmbito da sua utilização nos casos suspeitos, mas também a outros grupos.
Na quarta-feira, durante um debate no parlamento, o ministro da Saúde de Cabo Verde afirmou que o país já tinha realizado testes a 342 casos desde que surgiu a pandemia da covid-19 e até esse dia, e que a “tendência é de alargar” essa testagem.
De acordo com o governante, para os 342 casos — que incluíam nomeadamente 141 suspeitos e 191 “contactos assintomáticos” de casos confirmados – foi necessário realizar cerca de 1.500 testes, dada a necessidade de repetir vários, que se revelaram inconclusivos.
Cabo Verde conta agora 88 casos da covid-19, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (54), de Santiago (33), entre Praia (capital), Tarrafal e São Domingos, e de São Vicente (1).
Um destes casos, um turista inglês de 62 anos — o primeiro diagnosticado com a doença no país, em 19 de março -, acabou por morrer na Boa Vista, enquanto outro dos doentes já foi dado como recuperado.
Desde sábado que está em vigor um segundo período de estado de emergência, mantendo-se suspensas as ligações interilhas e a obrigação geral de confinamento, além da proibição de voos internacionais.
A declaração do atual estado de emergência prevê para as ilhas da Boa Vista, Santiago e São Vicente, todas com casos de covid-19, que permaneça em vigor até às 24:00 de 02 de maio. Nas restantes seis ilhas habitadas, sem casos diagnosticados da covid-19, a prorrogação do estado de emergência é mais curta, até às 24:00 de domingo.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 720 mil doentes foram considerados curados.