A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, afirmou, quinta-feira, que a implementação da quarentena institucional permitiu cortar pela raiz a transmissão do coronavírus (covid-19) em Angola.
Em entrevista à Euronwes, Sílvia Lutucuta, que reconheceu alguns constrangimentos na primeira fase da implementação da referida medida, adiantou que ao se optar pela obrigação de confinamento institucional de casos suspeitos e de cidadãos provenientes de países endémicos se evitou o alastramento do vírus nas comunidades.
Atendendo as condições reais do sistema nacional de saúde, reforçou a ministra, Angola aprendeu com os erros cometidos em país do ocidente, implementando acções que permitem hoje ter poucos casos positivos e se evitou também o caos no sistema nacional de saúde.
Sílvia Lutucuta adiantou que o facto de Angola não registar, até ao momento, contágio comunitário joga a favor, destacando as medidas tomadas pelo Executivo que diante à ameaça do vírus decretou o estado de emergência e orientou a aplicação de determinadas acções que se mostram as mais acertadas para evitar o alastramento dos casos nas comunidades.
“Hoje temos apenas casos positivos importados. É positivo e devemos enaltecer o comportamento dos angolanos que estão a acatar as orientações de confinamento social”, disse.
A ministra destacou também os apoios de Cuba e da China, sendo que do primeiro recebeu-se equipamentos e recursos humanos, que muito vão ajudar nos passos seguintes.
A governante diz que fatores como o clima, faixa etária e baixos índices de testagem não justificam o número reduzido de casos positivos em África, frisando que o mérito é mesmo das medidas adotadas pelos governos africanos na luta contra a pandemia da covid-19.
Justifica a afirmação dando o exemplo do Equador que independentemente do clima, vem registando níveis elevados de casos positivos da covid-19.
Relativamente a relação que tem sido feita entre o número reduzido de casos positivos em África com a fraca capacidade de testagem dos países africanos em especial os da SADC, a ministra afirma que dada a agressividade da doença é impossível esconder o caos.
“Nós temos que dar crédito a África por nos termos antecipado, eu acho que é muito importante valorizarmos o trabalho que os países africanos fizeram até aqui”, frisou.
África tem actualmente mais de sete mil casos confirmados e acima de 300, sendo a África do Sul o país com o maior número casos confirmados da covid-19.
Angola mantém registo de 19 casos, incluindo 2 mortes, 5 recuperações e 12 casos activos, estando há 8 dias sem novos casos.